Diante da Chacina, de novo?
Por Jacqueline Muniz e Domício Proença Júnior A pronta ação do Estado não é o bastante para reverter a expectativa de impunidade, resgatar a credibilidade policial ou impedir que outra tragédia assim aconteça. Porque as causas da chacina permanecem. O descontrole das ações da polícia e de policiais tem uma componente estrutural, que tem que […]
O Nome Disso é Terrorismo Sim
Em 2007 escrevemos um artigo sobre as ondas de terror praticadas por domínios armados em São Paulo e no Rio de Janeiro, intitulado “O nome disso é terrorismo”. Quatorze anos depois de sua divulgação, seu conteúdo é aqui revisitado e reescrito, uma vez que segue atual e oportuno para reflexão sobre os atentados ocorridos, esta semana, em Manaus e outras cidades do Amazonas.
Matar tem mérito e morrer tem merecimento no Brasil pandêmico de Bolsonaro
Faz parte da tecnologia do Estado, a fabricação de soberania sobre territórios e populações, a gestão da vida e dos seus fluxos itinerantes e translocais. Faz parte dos modos, pacíficos ou violentos, de produção de governo a administração do que é concebido, disputado e negociado como “vida” em sua pluralidade de manifestações. Faz parte das tecnologias de poder, a ambição de se produzir monopólios sobre a nomeação mesma do que é a vida e, por sua vez, a governança do seu significado, sua propriedade, sua relevância e sua serventia. Faz parte do funcionamento da máquina estatal, com tudo que esta tem de embates internos e confrontos de sentido, gerir a vida em sua diversidade e magnitude demográfica, atribuindo valor, regrando sua existência, assistindo sua reprodução, controlando seu movimento, reconhecendo sua realidade.
AS FALAS DO GOLPE
Avisei em entrevistas e artigos que não tinham cabo e soldado na porta do STF ou do CONGRESSO. Tem gente que fica psicografando golpe em ritual catártico. Uns blefando para parecerem mais fortes do que são. Outros, futurologizando, para espantarem fantasmas do passado e seus próprios espantalhos políticos. Outros mais, para desmoralizarem oportunidades repressivas futuras.
Tchau, querido(s): Acabou o amor militar
É parte de etiqueta do poder, entregar o cargo, a pedido ou não, com discrição “a bem do serviço público”. É normal a mudança de comandos, chefias e gabinetes em governos civis eleitos para produzir ou sustentar arranjos de governabilidade conforme as contabilidades políticas da ocasião.
Autonomia policial ou emancipação predatória?
Desde a minha tese de doutorado sobre a Polícia Militar, defendida 21 anos atrás, tenho insistido que o problema dos meios de força combatentes e comedidos é de governabilidade. Eles sofrem de emancipação predatória e se recusam a qualquer expressão de controle civil. Tem-se autonomia demais e controle de menos do principal poder que uma sociedade livre delega ao Estado para administrar em seu nome: o poder de polícia que dobra vontades e restringe liberdades.