É fato que as crianças não são as mais vulneráveis à doença, mas isso não justifica a abertura das escolas. Sabe a tia do portão, da merenda, da faxina, as professoras? Muitos dos profissionais ligados à educação têm mais de 60 anos, pertencem ao grupo de risco. E nossos filhos podem ser os vetores do vírus, podem contaminar “os coroas”.
Se essa pandemia é perigosa para quem consegue manter o recolhimento em seus lares de vários cômodos, para a favela pode ser catastrófica. Além da dificuldade própria da geografia física desse território, há a dificuldade de acesso a materiais de limpeza, abastecimento de água e atendimento médico.
Lideranças de várias periferias estão se organizando para minimizar a propagação da doença. Então, vamos adiar até o fim desse surto a pelada com os amigos, o pagode com a galera, a pipa nas lajes, a cerveja nas biroscas, o baile funk, os cultos e missas nas igrejas. Vamos nos proteger e proteger os nossos.
Sei que muitos precisam descer para o asfalto para garantir o pão. Sei que muitos moradores de favela atuam na informalidade. Se trampar está complicado, se deu ruim manter a sobrevivência, procure se informar sobre as campanhas de doação feitas nas favelas. Solicite ajuda para se manter e manter sua família. Não saia de casa. Fique em confinamento pelo bem de todxs.
Favela, não dê moral para o presidente, ignore esse cara e meta o pé para casa. Isso nada tem a ver com posicionamento partidário ou ideológico, é por nossas vidas.