Na distopia tresloucada em que vivemos, nos últimos 7 anos, mergulhamos num estágio de desespero continuado, que levou alguns a enxergarem tratativas de golpe até quando vão tomar uma média e comer um pão quente na padaria da esquina. Subestimar o inimigo político é um perigo, superestimá-lo leva a inventar moinhos de ventos a serem combatidos e a atitudes de infantilidade política.
Podem me acusar de várias coisas, menos a de subestimar o fascismo. Não venho falando de crescimento do fascismo a partir de 2018, tenho alertado para o perigo desde a lava-jato. Fui vítima de um inquérito policial da famigerada lava-jato por chamar o ex juiz, “ex-crogue” e “ex-croto” Sérgio Moro de fascista. Quando parte da nossa esquerda moralista namorava Moro e Bretas e ia a orgias amorosas com eles, à luz do dia, propugnando pela salvação nacional, eu estava do outro lado da cerca, xingando os fascistas e dizendo que a lava-jato era o partido judicial, o macarthismo, a inquisição brasileira, e que não podíamos ter ilusões acerca do aparelho repressor de Estado. Escrevi um porrilhão de textos avisando que não existe Estado neutro, que o nosso republicanismo pueril armava nossos inimigos, que estávamos dando a eles o arsenal para nos destruir. Fui contra a lei da ficha limpa, que obviamente foi usada somente contra nós, foi contra a delação premiada, fui contra a transformação do Ministério Público num poder à parte na República.
Como Cassandra, amaldiçoada por Apolo, é bom lembrar, passei como sendo o idiota da Vila, ao alertar sobre estarmos aparelhado o Estado contra nós mesmos e não fazendo uma análise da funcionalidade dos aparelhos repressivos de Estado e dos aparelhos ideológicos. Não só o PSOL, mas setores do PT (ou esqueceremos toda a incompetência e cegueira política do Ministro Eduardo Cardoso) acreditavam realmente nesta bobageira de republicanismo e repetiam, como enfeitiçados pelo canto das sereias, “doa a quem doer”. Nós construímos os instrumentos de tortura com os quais fomos torturados e colocamos em seus lugares, ou não removemos, nossos próprios algozes.
Não foi só a conjuntura, porque a política não é o destino inexorável grego, mas uma certa crendice nas instituições que nos empurraram para a vitória da lava jato e a prisão de Lula. No auge das ações do MPF transformado em partido político, o PT, no poder, não mexeu uma única peça no tabuleiro de xadrez, sequer exonerou delegados que fizeram tiro ao alvo com a cara de Dilma, não se mexeu para punir procuradores que agiram contra a lei.
Não, não sou eu quem não se preocupou com o fascismo, este título não é meu. Sérgio Moro é tão ou mais fascista que Bolsonaro, a diferença é que um sabe usar talheres num jantar de luxo, embora seu péssimo uso do vernáculo o denuncie apenas como um serviçal bem pago de seus superiores, o outro é um personagem dos porões da ditadura que só pôde ter sucesso e vir à luz com o auxílio luxuoso do primeiro.
O fascismo no Brasil não nasceu, na forma atual, nem se estabeleceu em 2018. Como fenômeno do século XXI ele é gestado e parido pela lava jato. Quando atuava sindicalmente contra a pauta bomba, e alertava a meus colegas que tipo de país seria legado pós golpe, pesquisei na internet o crescimento avassalador das organizações fascistas e integralistas em paralelo com a lava-jato. Não foi Bolsonaro que a fez crescer, eles as herdou. É muito mais um resultado, do que o criador deste movimento. A elite não deu o golpe em Lula para eleger Bolsonaro, como uma espécie de bonapartismo fascistóide, ele foi o resultado indesejado de uma luta de classes, na qual aqueles que deram o golpe perderam o controle das instituições que queriam herdar.
Não, não se combate o fascismo e o nazismo com pseudo-especialistas idiotas, que mais parecem coachs ou influencers e que agora infestam a internet, passando receita de bolo para curar o fascismo. Não sei onde eles andaram todos estes anos, poderiam ter passado a panaceia miraculosa, que no fundo é só um placebo, antes. Vi um vídeo, profundamente idiota, no qual um pretenso “especialista” em fascismo diz que precisaremos muito investir em cursos de filosofia e sociologia nas escolas e universidades. O simplismo é delirante! Parece que o fascismo ou o nazismo é um problema de ilustração das massas ignorantes (o que carrega, inclusive, um pesado preconceito de classe). Queridinhos, o nazismo, a forma excelsa de fascismo, foi gerado e obteve sucesso no povo mais culto, com maior nível escolar e universitário, a Alemanha. Bolsonaro ganhou a eleição naqueles que tem maior poder aquisitivo e nível superior. Não confundam a hegemonia nossa, de esquerda, em setores de vanguarda de universidade pública, com uma panaceia que pode ser usada para “curar os males da humanidade”. No fundo, no fundo, é só mais preconceito de uma parte da elite educada, que acha que “vai reeducar o mundo”.
Marx colocou as coisas de forma definitiva nas Teses sobre Feuerbach: “A doutrina materialista de que os seres humanos são produtos das circunstâncias e da educação, [de que] seres humanos transformados são, portanto, produtos de outras circunstâncias e de uma educação mudada, esquece que as circunstâncias são transformadas precisamente pelos seres humanos e que o educador tem ele próprio de ser educado. Ela acaba, por isso, necessariamente, por separar a sociedade em duas partes, uma das quais fica elevada acima da sociedade (por exemplo, em Robert Owen). A coincidência do mudar das circunstâncias e da atividade humana só pode ser tomada e racionalmente entendida como práxiss revolucionante.” A questão é política, o tempo inteiro, e a práxis revolucionante é do movimento de massas e não de algum doutrinador narcisista novo, que ache que tenha encontrado sozinho o x da questão.
O nazismo teve uma elite intelectual a seu serviço, incluindo o mais influente filósofo do século XX, Martin Heidegger. Teve um forte movimento artístico beneficiado por uma política cultural classicista hitleriana (nunca esquecer as exposições de “arte degenerada do Terceiro Reich” e de como eu sempre lembro à esquerda que a censura que alguns fazem, do nosso lado, às manifestações artísticas se parecem tanto com o hitlerismo). Não foi por falta de uma classe média culta, ou de uma elite intelectual que o nazismo venceu na Alemanha, ou na Itália (um país sim mais pobre e com menos nível educacional naquele momento, mas que sim, também tinha uma classe média culta e uma grande quantidade de intelectuais de renome).
O nazismo é um partido do capitalismo. Está ligada à decomposição de classes dentro do capitalismo. É um movimento de classes médias empobrecidas e de guetos da classe média, pequenos e médios proprietários, atordoados em seu pavor de virarem proletários, e de grandes setores do lúmpen, que compram o discurso ressentido e raivoso. Desde Freud, com grande influência do homem ressentido de Nietzsche, passando por Reich, Adorno e toda escola de Frankfurt, por Umberto Eco, Guy Debord, Marcuse, há toda uma análise que junta marxismo e visão de que o fascismo é uma praga psíquica, uma histeria de massas, uma neurose coletiva e que, assim, explica a dificuldade de se combater o discurso fascista e nazista.
Não é falta de investimento de educação, ou falta de boa vontade de nossa parte em dialogar, que faz o nazismo crescer. Tão imbecil quanto o discurso pseudo-acadêmico de que teremos que investir pesado em educação para evitar o crescimento do nazi-fascismo (o voto pesado das regiões sul e sudeste no fascista Bolsonaro, regiões industrialmente mais desenvolvidas e com maior nível de “educação formal” desmente prontamente este discurso nefelibata) é o discurso politicamente correto, teletubbies de formas educadas de se “convencer um fascista”.
O fascismo não é do âmbito do eros, é do tânatos. É um fenômeno social de massas, ligado à crise do capitalismo, a sua incapacidade de gerar um projeto civilizacional, que abarque a maioria da humanidade, que assegure um futuro a grandes contingentes da população que caem na miséria e compõem o lupesinato, da insegurança e o medo das classes médias, que estão sempre mais próximas de se proletarizarem, mas se comportam, na dinâmica da luta de classes, como massa de manobra e defensoras da elite.
Se não há este ponto de partido de análise do fascismo toda e qualquer análise do fascismo é falsa inteiramente.
E não confundam as coisas ou ponham palavras na minha boca. Dizer que o investimento na educação formal não vai destruir o fascismo não é ser contra o investimento na educação.
É apenas se insurgir contra este debate nefelibata e de sexo dos anjos, e lembrar a grande fortuna crítica que temos sobre o fascismo. Ele não é um movimento brasileiro, do século XXI, que se iniciou ontem e sobre o qual não temos quaisquer informações. Não é qualquer idiota que apareça na internet, e que demanda o monopólio do debate ou soluções sobre a questão do fascismo que deve ter algum crédito.
Voltando ao momento em que vivemos, desespero nunca foi análise e histeria nunca foi organizar a luta. Se em 2013 alertei para o crescimento do fascismo no Brasil e de que eles estavam organizados e vieram para ficar, fiquei 4 anos do Governo Bolsonaro dissentido dos meus companheiros que pareciam o personagem daquele conto do menino e do lobo. De tanto gritar que vinha o lobo e ser uma farsa, o menino acaba sendo comido pelo animal, sem ajuda, quando o momento chega. Houve vários “xadrezes” do golpe e vários analistas que afirmaram peremptoriamente que Bolsonaro tinha todos os elementos para dar o golpe logo depois da posse. Aliás, alguns deles continuam apostando que Lula sequer tomará posse para poderem exultar e dizer, “viu, eu estava certo!” Se jogam xadrez assim como fazem análise, creio que não devem ser convidados para jogar sequer torneios juvenis.
Golpes de Estado não se dão somente pela vontade do golpista de plantão, ou mesmo pelo tiranuelo que esteja à frente do Estado. Uma série de condições objetivas e subjetivas (assim como para uma revolução) tem que ser satisfeitas para que se possa assaltar livremente o aparelho de Estado, não somente ter hegemonia política ou ideológica nas forças armadas ou de repressão. O aparelho repressor de Estado raramente dá golpe para si mesmo, ou por motivos próprios, só num Estado em que ou as forças produtivas estão num estágio muito inicial de organização (lembrar a fragilidade das instituições do Brasil monárquico e da República do Café com leite), ou num estado em que o tecido social esteja tão rasgado que a alternativa seja a Revolução ou o Fascimo.
Não foi por falta de vontade política de Bolsonaro, ou por falta de hegemonia ideológica dentro do aparelho repressor de Estado, que não aconteceu um golpe no Brasil. Ele tinha e tem a simpatia da maioria. Nosso tirano de plantão tem a simpatia da grande maioria das pessoas que compões não só as forças armadas, mas as polícias civis e militares. Ele não tem, entretanto, uma hegemonia a favor do golpe do fechamento do regime no alto-comando, o que é, neste delicado equilíbrio de forças, o freio suficiente para que ele não se aventure a fechar o regime. Só lembrarmos, ainda ontem, a viagem dele a Brasília tentando convencer a cúpula das forças armadas a adiar o segundo turno das eleições. Se há algo que assuste as forças armadas é a quebra da cadeia de comando, Bolsonaro, um ex capitão bunda mole, até sonha, mas não consegue ditar seus desmandos para a alta cúpula.
E é suficiente porque o aparelho repressor de Estado em si não dá o golpe e mantém o poder para si. O golpe de 1964 se insere dentro de um contexto de guerra fria em que os Estados Unidos patrocinaram golpe em quase todos os países da América Latina, com um consenso entre a elite brasileira pró fechamento de regime e um projeto econômico de pesada inversão direita de capital estrangeiro, num processo de modernização do nosso parque produtivo, com substituição de importações. Fomos e somos inimigos da ditadura militar de 64, o que não se pode dizer, sem mentir, é que eles não tinham um projeto nação. Elitista? Sim. Excludente? Sim? Mas um projeto de nação.
Bolsonaro não tem, nunca teve. Guedes fez questão não só de tentar acabar com “toda a herança getulista”, da primeira fase de desenvolvimento do capitalismo no Brasil, fez questão de virar sua metralhadora giratória para uma série de instituições criadas pelos próprios militares, que estavam longe, em 1964, de serem neoliberais. Sem projeto sustentável não é tão simples assim dar um golpe.
Bolsonaro, de fato, teve um único momento de ascenso das massas golpistas em que esteve perto, no mínimo, de assumir um controle mais efetivo do Estado, proclamando o Estado de sítio. Com as forças populares desorganizadas e sem força, bastaria ele fechar o STF, decretar seu simulacro de golpe e aumentar a aposta.
Por que não o fez? Por que o 7 de setembro de 2021 acabou em choro e decepção para as alas mais radicais do bolsonarismo? Além da resistência interna do próprio STF, que ameaçou prender até o governador de Brasília, não havia nenhuma clareza sobre o dia seguinte. Que reconhecimento internacional teria, quais os passos a serem dados. Prender e exilar inimigos, quiça até torturar e assassinar, por si sós, não mantém ninguém no poder.
Ele titubeou, a oportunidade passou (e oportunidades, em política, raramente se repetem), parte de seus apoios abandonaram o movimento, outra parte foi mapeada e presa. Parte do financiamento foi cortado.
O bolsonarismo tentou ensaiar uma tanqueata oficial no 7 de setembro do ano seguinte. Mas golpes não são anunciados com um ano de antecedência, nem são tramados a luz do dia. A ideia bizarra de se fazer uma tanqueata em plena Presidente Vargas foi abortada pelo próprio comando militar, em que pese uma grande presença de público, pelo que foi gasto, pelo que foi investido, pela estrutura montada, sim, o bis do 7 de setembro golpista flopou em 2022. A história acontece a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa.
O capitão é vítima ou prisioneiro do próprio personagem. Ele assumiu um cargo através do jogo político, de eleições com regras claras e teve que atuar, no limite das instituições, sem acabar completamente com o Estado Democrático Direito, até porque, ele mesmo era o governante. Esta duplicidade de controlar o Estado e se fartar das benesses dele, um governo de cleptocracia, numa farra sem fim do orçamento secreto, no qual seus sequazes, famílias e aliados se fartam, assusta seus aliados que dão a sustentação política no Congresso. Ainda que construa a figura do marginal à beira do sistema, Bolsonaro é, ao fim e ao cabo, só mais um deputado do Centrão. Macaco apanhado na cumbuca não ousa abrir a mão para entregar seu torrão de açúcar.
De um lado, o discurso de ódio e fascista, que açula e constrói um movimento de massas golpista e lhe dá popularidade e votos, não é o que dá governabilidade a sua sempre instável maioria parlamentar. Mesmo com a última votação de 2022, podem estar certos, tão logo ele saía do Planalto, boa parte dos deputados eleitos pelo PL migraram gozosamente para a base de sustentação de Lula, desde que possam garantir seus próprios interesses dentro do parlamento.
Bolsonaro não tem apoio internacional, Bolsonaro não tem o respaldo do alto-comando das Forças Armadas, Bolsonaro não tem um movimento de massas decidido a seu lado. A franja de cachorros loucos e radicais, pró golpe, que tomou de assalto 700 pontos de bloqueio na estrada foi mais uma demonstração de desespero que de força. Não fora a prevaricação de Aras e dos chefes da Polícia Federal e Rodoviária Federal, nomeados por Bolsonaro, os bloqueios não teriam durado nem 24 horas.
Resta a ele um movimento meio messiânico, meio esquizóide composto por viúvas de oficiais, ex oficiais reformados, fanáticos neopentecostais e uma franja de doentes que participa de atos ilegais, patrocinados por empresários bolsonaristas que passam por um duplo pavor: o primeiro de perder as benesses dos esquemas de corrupção criados no atual governo, que vão do MEC à SECOM, passando por financiamentos espúrios do BNDES para o sertanejo, o outro de serem presos quando identificados por seus crimes.
Por último, a própria elite brasileira não tem consenso sobre Bolsonaro, muito menos por entregar um Estado sem nenhum freio na mão dele. A elite brasileira viveu uma esquizofrenia política todos os anos de Bolsonaro. Fãs incondicionais de Guedes, mas fazendo vistas grossas para as bizarrices do capitão, viram setores chave da economia, como a engenharia, perderem protagonismo e investimentos, ao mesmo tempo que até o agro, beneficiado e muito por ele, se viu, algumas vezes em palpos de aranha, como no caso da crise com a China e do embargo à carne brasileira, ou da lista de empresas proibidas de exportar para a Europa, por conta do desmatamento na Amazônia.
A elite brasileira está longe de morrer de amor por Lula, mas grande parte da Faria Lima tem neurônios suficientes para entender que Lula está longe de ser um perigo vermelho. Parte dela desembarcou de Bolsonaro e participou ativamente da eleição de Lula, norteada pelo desmonte da economia praticado pelo capitão. Na verdade, o movimento eleitoral que elegeu Lula está muito à direita do de 2002, e quilômetros à direita do Lula de 1989. Antes que achem que isto é uma crítica, é uma constatação, uma análise da conjuntura.
Lula não foi eleito num momento de crescimento do movimento de massas, como no Chile ou na Colômbia. Em 7 anos pós golpe, sejamos duros e sinceros com nós mesmos, não conseguimos organizar uma oposição de massas que incomodasse os governos Temer e Bolsonaro. Os movimentos fora Temer e fora Bolsonaro foram sempre aquém daquilo que necessitamos para assustar ambos os governos, que governaram basicamente sem greves fortes e sem oposição de massa fazendo movimento pesado na rua.
Nesta correlação de forças, na qual Lula aparece como o líder de uma coalizão de centro, a elite brasileira tem pouco a temer, mormente só aquela que vive de capitalismo gangster, como as do garimpo ilegal ou grilagem de terras na Amazônia, ou as alas mais reacionárias que são contra rever qualquer parte da reforma trabalhista. É importante inclusive discutir a composição de forças do nosso próprio governo, mas será tarefa de outra fala, já que este artigo já está pecando pela prolixidade.
Mas, na correlação de forças atuais, é um desserviço ficar vociferando aos quatro ventos que tenhamos “cuidado com o iminente golpe de Bolsonaro”. Ele não ocorrerá, Lula tomará posse. O que ocorrerá depois disto, com o fascismo como uma força política permanente a ser considerada em qualquer análise não é algo que possa ser analisado agora. Muito menos ficar chamando “o povo para a rua”. Isto nem marxismo é, é grandiloquência verbal seguida de total impotência política. De cada dez analistas que hoje gritam precisamos colocar o “povo na rua”, 11 não ganhariam eleição para síndico do próprio prédio e não consegue reunir 5 pessoas para montar um bloco de sujo.
Como falava Grasmci, os fatores quantitativos e qualitativos na política mudam muito dinamicamente para qualquer um fazer uma previsão determinista de longo prazo. Subestimar o inimigo é um pecado mortal na política, superestimá-lo leva à histeria. Lula tomará posse, a partir daí, teremos que ver quais são as tarefas do movimento social para que demos sustentação a seu governo e ele consiga governar.