No domingo, 3 de maio, ante a matilha ensandecida em frente ao Planalto pedindo ditadura, o candidato a Hitler brasileiro avisou: “o povo está conosco. As Forças Armadas, ao lado da lei, da ordem, da democracia, da liberdade e da verdade, também estão ao nosso lado”.
Dito isso, ele então fez uma grave ameaça: “chegamos no limite. Não tem mais conversa. […] Chega de interferência, não vamos admitir mais interferência. Acabou a paciência”.
O mínimo esperável das Forças Armadas seria o rechaço ao chamamento para intromissão na política e a dura reprovação de mais esta ameaça de ruptura institucional. Mas, por enquanto, as FFAA silenciam.
A reação dos militares do governo, por outro lado, foi de leniência [senão de aprovação] deste novo ataque do Bolsonaro às instituições e ao Estado de Direito.
O ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva soltou nota oficial [aqui] nesta 2ª feira, 4 de maio, em que referenda o gesto do Bolsonaro.
Na nota, o general-ministro diz “que Marinha, Exército e Força Aérea são organismos de Estado, que consideram a independência e a harmonia entre os Poderes imprescindíveis para a governabilidade do País”.
Azevedo e Silva explica que a “liberdade de expressão é requisito fundamental de um País democrático”, condena a agressão “inaceitável” a jornalistas, mas não pede a punição dos fascistas.
No final, a nota do ministro repete trechos do discurso do Bolsonaro [sic]: “As Forças Armadas estarão sempre ao lado da lei, da ordem, da democracia e da liberdade”.
É difícil prever até onde vai o limite da tolerância – ou a leniência – do Congresso e do STF com os crimes perpetrados pelo governo Bolsonaro contra o débil e cada vez mais esgarçado ordenamento jurídico do país.
Se o Congresso e o STF não agirem urgentemente para colocar fim a este governo autoritário de índole fascista, a ditadura se tornará uma realidade incontornável. E isso poderá acontecer mais cedo que tarde.