Não, não foi uma “estratégia pensada”‘ pelo bolsonarismo a ação do Bob Jeférson atirando e jogando granadas contra a PF.
Tem uma parte da esquerda com um discurso pateta de que tudo que Bozo faz é genial.
O nazifascismo tem suas pontas soltas, seus cachorros loucos (só olhar historicamente ações semelhantes do nazifascismo pelo mundo, o punsch da cervejaria, por exemplo), que, de vez em quando, explodem o paiol.
Bob Jefferson explodiu o paiol e colocou a campanha em apuros na semana decisiva da eleição. Se o surto psicótico dele passava por ser morto pela PF, acabou a bomba explodindo no colo dos nazistas, como no Rio Centro.
Bob Jefferson é a bomba do Rio Centro, que explodiu no colo de Bolsonaro.
Bolsonaro tenta se desvencilhar dele, com sucesso zero, o que causou pânico nas redes sociais bolsonaristas. Primeiro tentaram defender Jeférson, o pessoal mais profissionalizado da campanha deve ter dado o alerta, que o defender não serviria, haja vista a tentativa de Bolsonaro de captar os votos moderados para tentar alcançar Lula.
O movimento seguinte é o de tentar desacoplar a imagem de Bolsonaro a de Bob Jefferson, o que não tem sucesso nenhum, até pela presença íntima do farsante Kelmon nos debates e, pasmen, na negociação posterior com a PF.
Não foi um atentado fake e nem cola a ideia de que ele não quis ferir. Quem não quer matar não atira granada, não morrer um policial foi mais uma sorte que qualquer outra coisa.
Bob Jefferson “queimou a largada”, uma bravata destas, depois do dia 30, pós eleição, poderia ser um ato de convocação da ala mais radicalizada bolsonarista. Antecipando bizarramente a ação ela basicamente invalida algo semelhante pós resultado e coloca Bolsonaro no traje que menos lhe convém, o de defensor da ordem e das instituições.
Bob Jefferson atirou na PF, a qual Bolsonaro, tentou converter, sem sucesso absoluto, numa polícia política a seu serviço. E, sem sucesso, é óbvio porque, por mais que tenha conseguido adesões internas a este movimento, houve sempre uma oposição interna dos funcionários estáveis e de carreira que não foram convertidos ao bolsonarismo para impedi-lo. O atentado detona a imagem de Bolsonaro para toda a corporação e para os conservadores moderados, que temem exatamente a instabilidade política e tem um fetiche pela polícia.
Na reta final de campanha, este simulacro do atentado do Rio Centro feito por Bob Jeferson vitimou seu líder, Jair Bolsonaro. Ele atirou na polícia e acertou um tiro de 12 na cara do seu mito.
A história acontece a primeira vez como tragédia, na segunda se repete como farsa.