Sem questão social e soberania nacional, não há agenda comum anti-Bolsonaro
O que divide as forças anti-Bolsonaro é o medo das mudanças sociais. A direita liberal critica a agenda antidemocrática e obscurantista de Bolsonaro, mas o tolera pela manutenção de seus privilégios, garantidos pela política econômica neoliberal de Paulo Guedes. Não há outra explicação para a anomia e indiferença de amplos setores sociais frente ao desastre que se avizinha na continuidade do atual governo –sem mencionar os riscos democráticos que corremos, cada dia mais evidentes.
A decisão do PT fortalece a democracia e a luta contra Bolsonaro, por José Dirceu
A decisão do PT e dos partidos de esquerda, à exceção do Psol, de se somar aos partidos de oposição da direita liberal para construir uma candidatura à Presidência da Câmara dos Deputados para fazer frente à candidatura do deputado Arthur Lira, apoiado por Bolsonaro e pelos partidos de sua coalizão (PP, PSD, PL, Republicanos e outros), vem recebendo duras críticas dentro do próprio PT, entre os jovens e muitos setores da esquerda.
Por que sou a favor de uma Frente Democrática
Não podemos confundir direitos civis e políticos com direitos sociais. Sem liberdade, não teremos como recuperar os direitos sociais e ampliá-los. O voto é a arma do povo brasileiro, que não detém o poder econômico, militar, judicial ou de informação. Para fazer o impeachment de Bolsonaro, temos que construir uma ampla frente democrática e, dentro dela, criar uma saída à esquerda para a crise brasileira e para a reconstrução de nosso país.
A hora é agora: impeachment já! Ou o golpe virá.
Jair Bolsonaro passou de todo os limites – cruzou a linha da legalidade ao participar de ato político pregando a volta do AI-5 da ditadura. Ele cometeu aberta e conscientemente crime de responsabilidade. Se não for detido, caminhará para o golpe. Com quem e como formar uma nova maioria no país para derrotar o governo […]