Matar tem mérito e morrer tem merecimento no Brasil pandêmico de Bolsonaro
Faz parte da tecnologia do Estado, a fabricação de soberania sobre territórios e populações, a gestão da vida e dos seus fluxos itinerantes e translocais. Faz parte dos modos, pacíficos ou violentos, de produção de governo a administração do que é concebido, disputado e negociado como “vida” em sua pluralidade de manifestações. Faz parte das tecnologias de poder, a ambição de se produzir monopólios sobre a nomeação mesma do que é a vida e, por sua vez, a governança do seu significado, sua propriedade, sua relevância e sua serventia. Faz parte do funcionamento da máquina estatal, com tudo que esta tem de embates internos e confrontos de sentido, gerir a vida em sua diversidade e magnitude demográfica, atribuindo valor, regrando sua existência, assistindo sua reprodução, controlando seu movimento, reconhecendo sua realidade.